A INJUSTIÇA FEITA COM A MATEMÁTICA

bLOg: A MATEMÁTICA DIVINA

Poucos sabem, mas essa palavra veio da expressão grega mathematike tekhne, “ciência matemática”, de mathematikos, “científico, relativo à Matemática”, de mathema, “ciência, conhecimento em geral, conhecimento matemático”, relativo a manthanein, “aprender”.

Para facilitar sua compreensão, ela possui subdivisões, entre as quais estão a trigonometria, que trata das relações entre os lados e os ângulos dos triângulos. Seu nome vem do Grego trigonon, “triângulo”, de tri, “três”, mais gonon, “ângulo”, mais metron, “medida”, derivado do Indo-Europeu me-, “medir”. Também há a geometria, que veio do Grego geometria, “medida da terra”, de geo, “terra”, mais metron. Ela surgiu da necessidade prática de definir o tamanho dos terrenos de plantação, quando o ser humano começou a se ocupar da agricultura como meio de subsistência. Há ainda uma parte que não lida com figuras e não exige régua e compasso: é a aritmética, do Grego arithmetike tekhne, “a arte ou técnica de lidar com os números”, de arithmos, “contagem, quantidade, número, suposição”.

Não podemos esquecer ainda da álgebra, cuja origem está no Árabe al-jabr, “redução, reunião de partes quebradas”, usado no século XVI por um matemático chamado Al-Qwarizmi no título de seu tratado sobre as equações. É interessante notar que, por muito tempo, esse termo foi usado em inglês para dizer também “redução de fraturas ósseas”.

Por último temos dentro da matemática a matéria de cálculo, cujo termo vem do Latim calculus, “estimativa, contagem”, originalmente “pedrinha usada para fazer contas”. Deriva de calx, “pedra calcárea”, do Grego khalix, “seixo, pedra pequena”.

Para trabalharmos com todas essas subdivisões da matemática, trabalhamos com várias operações, palavra originária do latim “operare” – trabalhar, realizar um esforço. Dentro das operações trabalhamos a soma, originária do latim “summa” (número total, inteiro, essência) que vem de “summus” (o mais alto, superlativo de super, “acima de”). Quando falamos de soma, estamos tratando da adição, originária do latim “adere” (acrescentar a, juntar-se, colocar sobre), uma forma combinada de ad, uma forma combinante de “dare” (dar). Outra operação é a subtração, do latim “subractio” (retirada), de sub (de baixo) mais “trahere” (puxar, arrastar). Isto porque subtrair é retirar um número ou uma coisa de outra. Esta pode ser chamada também de diminuição, do Latim deminuere, “tornar menor, retirar”, formado por de-, “fora”, mais minuere, “tornar pequena alguma coisa, reduzir o tamanho de”, relacionado com minus, “menos”. Depois temos a multiplicação, do Latim multiplicatio, “ato de aumentar, tornar várias vezes maior em número”, de multus, “muitos, muito”, mais plex, “dobra”. Juntamente com ela, geralmente vem a divisão, do Latim dis-, “fora”, mais videre, “separar”. Essa operação separa um número e apresenta como resultado um quociente, que vem do Latim quotiens, “quantas vezes? Quão seguido?”, de quot, “quanto?”. E essa operação se usa muitas vezes para descobrir o resultado de uma fração, do Latim fractio, “aquilo que é partido em pedaços”, de frangere, “quebrar”.

Por falar em fração, vale lembrar que aquele número que se apresenta sobre o traço de fração é o numerador, do Latim numerator, “aquele que conta”, de numerus, “número”.

E que o que vai abaixo desse traço é o denominador, do Latim denominator, “aquele que nomeia, que atribui um nome”, formado por de, “de” mesmo, mais nomen, “nome”.

Depois disso tudo, ainda temos uma operação chamada de radiciação, que vem de “raiz”, oriunda do Latim radix, “base, fundamento”. Uma raiz é o fundamento por onde a árvore se fixa ao solo, a raiz de uma palavra é a base de onde ela evoluiu, a raiz quadrada ou cúbica de um número é a base de onde ele surgiu, depois de determinadas operações.

Claro, não poderíamos deixar de fora a potenciação, que vem de “potência”. do latim “potentia”, relacionado a “potens”, “aquele que pode, que consegue”, de “potere”, “poder”. A utilização de potências começou aproximadamente em 1000a.C. em algumas tabelas babilônicas, com cálculos de acordo com seu sistema de numeração sexagesimal. Também foram encontrados cálculos com potências em papiros egípcios, entre eles, demonstrando cálculos do volume de uma pirâmide, usando um par de pernas como símbolo para o quadrado de um número. A palavra “potência” foi utilizada pela primeira vez por Hipócrates de Quios (470−410a.C.), num célebre livro em que reuniu, de modo lógico e organizado, a Geometria da época, e tal livro, considerado o primeiro em Geometria, foi precursor dos Elementos, de Euclides, no qual dizem que Euclides recolheu muitas informações importantes. Hipócrates designou o quadrado de um segmento pela palavra “dynamis”, que significa precisamente, potência.

Por fim, resta dizer que essa matéria não deveria, de forma alguma, ser associada à uma “má” “temática”, porque é pra lá de interessante, cativante, impressionante, já que é uma linguagem conhecida universalmente, como os acordes musicais que, aliás, são também sempre relacionados com a matemática. Quem estuda música sabe do que falo aqui. As notas musicais, os tempos, os acordes… tudo gira em torno da matemática.

Sinceramente, para mim essa disciplina deveria ser chamada DIVINATEMÁTICA, para fazer jus a tudo que ela abrange… Porque ela abrange o que é infinito!

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